quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Coisas Com História: SHAPE Tape 2011

Que hardcore é mais que música já nós sabemos, mas também é sabido que há todo um mundo de merchandise, discos, cassetes, o que seja, ligado à cena hardcore. Desde a malta que curte comprar discos ou a malta que curte andar com roupa a publicitar as suas bandas favoritas, existem sempre coisas que têm para nós um valor maior que o material. Essas são as Coisas Com História.

 (e essa cara...)

Ui, primeiro lançamento da BACKWASH. Tentei não fazer as coisas muito em cima do joelho, tudo bem pensado e analisado, mas claro que o tesão de mijo foi superior. Não saiu mal, mas um gajo gosta sempre de ser perfeccionista e fica sempre a repensar no que podia ter feito diferente. SHAPE estavam em grande na altura e como não tinham editado as malhas em lado nenhum falei com o Cabeças e o Peter e eles acharam que seria uma ideia fixe. Infelizmente pouco depois do lançamento a banda parou uma beca com os concertos. Eu até percebi, andavam mesmo num ritmo desenfreado, e antes que a fartura desse maus resultados foi melhor assim. Aliás, pelo show na República da Música aí há um mês e tal, a espera fez bem e ninguém se esqueceu deles. Não se esqueçam é de me comprarem uma cassete! A Apple vai lançar um iWalkman. Estou a prever...

Procurei informar-me com o Ema e o PZ, ambos tinham tido experiência com edições em cassete, bem como com o Vítor da Shut Up And Play, que andava numa vaga sucessiva de lançamentos nesse formato. Big up para o Vítor que foi quem foi safando as viagens à fábrica (que fica perto do Porto) e assim me evitou gastos maiores em portes de envio. A sério, neste lançamento tive ajuda de bué malta, a quem estou mesmo grato. Eles sabem que são.

Bom, mas voltando ao assunto. Para começar, o lançamento ficou marcado pelos múltiplos atrasos, quer na demora normal na entrega das faixas para eu enviar para a fábrica, quer no envio do artwork para os gajos da Edisco. A sério, o artwork estava todo feito, só faltava a parte de lado e de trás da cassete, ou seja, nada de especial, certo? Errado! Os gajos mandam-me pdf's com as medidas e montes de indicações, tanto o Fábio Verduras como o Kords pegam na cena (ya, os meus skills de photoshop situam-se no nível -1) e continuo a receber as imagens de volta, que estão mal, que ultrapassam os limites, que isto e aquilo. Na boa três semanas com esta merda a andar para trás e para a frente, e eu a querer ter isto a tempo do show com Bane, o que cedo se tornou óbvio que seria impossível. Depois os gajos da fábrica dizem que me safavam lá a impressão dos inserts, num esquema que vi logo que seria manhoso. 20€ por 75 inserts, mais IVA, foi mesmo do "desculpa aí mas vou bater a outra freguesia". Lá se safou a tape, tudo orientado na fábrica, o Congas traz-me a caixa com as cassetes e lá fico eu a olhar para os meus bébés à porta de um show em Cacilhas que agora não me lembro bem qual foi.

As quinze tapes numeradas foram numeradas em cima do muro por mim e pelo João Cordeiro, e enquanto o fazíamos só pensávamos na má ideia que foi fazer isso tudo mesmo em cima do rio, sujeitos a mandar cassetes para a água ao menor deslize.

Os inserts para as tapes não numeradas ficaram meio curtos (há um espaço de sobra praí de 1mm), que quando reparei resultou num acesso de fúria que só me apeteceu mandar uma chapada aos gajo que me andou a enzucrinar a mona com a merda dos limites para no fim fazer merda. Enfim, há que manter a cena positiva.

Agora falta a parte importante, que é vender as tapes. As numeradas já foram à muito tempo, mas ainda me sobram quase 20 cópias, de uma edição total de 75 (15 numeradas + 45 normais). Safem um gajo e ajudem-me a lançar mais cenas. Prometo que as próximas serão ainda mais do it yourself e ainda mais lindas. As ideias estão cá, faltam é bandas e projectos novos para agarrar. O segundo lançamento será uma tape ao vivo de Challenge, tempo estimado para o lançamento é que não há. Eu vou dando notícias.

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